Defensor de viúvas, pai de órfãos
No mês em que se comemora o dia internacional da mulher, uma realidade no meio cristão nos chama muito a atenção: mulheres na África Subsaariana (antigamente chamada de África Negra) são feitas viúvas devido a perseguição a cristãos. Seus esposos, na maioria das vezes líderes cristãos ou cristãos ativos na comunidade, são mortos e as mulheres são abandonadas pela família, na maioria das vezes com muitos filhos ainda a criar.Mais do que ajuda emergencial e socioeconômico, essas mulheres e órfãos necessitam de cura para esse trauma. Um olhar, um abraço e um conselho fazem toda a diferença na recuperação de um trauma. Muitas delas têm recebido essa ajuda e apoio por meio de programas e projetos da Portas Abertas.
Foi o que aconteceu com Martina. Sua mãe foi abandonada pela família quando o marido foi morto. Ele era um policial cristão que morreu durante um conflito entre muçulmanos e cristãos, em 2005, na Nigéria.
Após o término do conflito, muitas pessoas foram sepultadas às pressas em fossas comunitárias. Nunca ficou claro onde o pai de Martina fora enterrado e, assim, a jovem nunca pode se despedir e seguir em frente.
“Eu tinha apenas 2 meses de idade quando meu pai morreu. Eu nunca o conheci, mas sempre senti muita falta dele. Eu queria saber o lugar exato onde o enterraram”, afirma a jovem, hoje com 12 anos.
Ao participar de um programa de aconselhamento pós-trauma que a Missão Portas Abertas ministrou na Nigéria, Martina foi estimulada a desenhar algo que a preocupava. Ela não desenhou nada, mas fez uma caixa, como um caixão e escreveu o nome do pai. A jovem disse que gostaria de poder dar um velório e enterro dignos ao pai. A equipe que ministrava o programa, então, a estimulou a desenhar como ela imaginava que seria o velório do pai dela. Ela desenhou o caixão com o nome do pai, algumas mulheres carregando flores e sua mãe com um bebê nas costas. Esse bebê era Martina. A garota pôde despedir-se por meio de um bilhete: “Papai, nós realmente sentimos sua falta. Esperamos que sua alma descanse em paz. Você está no coração daqueles que te amam”.
Deus está vivo
Durante essas ministrações pós-trauma, muitas viúvas se encontram e podem compartilhar suas tristezas e dores. Além de outras amigas de fé, elas recebem todo o acolhimento de que precisam e sabem que, em algum lugar do mundo, pessoas oram por elas. Uma dessas viúvas, Débora, afirma: “Não recebi ajuda da família do meu marido, mas pessoas que não conheço me apoiaram e oraram por mim, por causa de seu amor a Deus. Então eu paro e penso: Deus, você está vivo!”. Débora vira seu esposo sucumbir em sua frente, em um ataque de muçulmanos de sua aldeia a casas de cristãos. Eles estavam incendiando suas casas e Débora e o marido foram obrigados a sair, para não morrerem. Assim que saíram foram alvejados por tiros. O esposo de Débora morreu na hora, com um tiro no coração. Ela permaneceu viva, mas com o trauma de ter um filho pequeno, a saudade do esposo, e sem ajuda da família.
Morte, agressão, humilhação e abandono. Essas são as consequências dolorosas da perseguição a cristãos no mundo todo e a realidade de muitas mulheres na África Subsaariana. Ter alguém perto, que ouça, aconselhe, abrace, chore junto e ore por essas mulheres, é muitas vezes tudo o que elas precisam. E tudo o que podemos oferecer.
O que podemos fazer
Apesar dos traumas que essas irmãs carregam, o corpo de cristo presente e envolvido é uma prova do cuidado e do amor de Deus para com seus filhos. As orações de muitos parceiros da Portas Abertas têm chegado até elas e as envolvido de amor e Graça. Oremos sempre pelo cristão perseguido no mundo e pela causa da Igreja Perseguida.
Se você quiser saber mais do trabalho da Portas Abertas, que tem construído centos de aconselhamentos pós-trauma na Nigéria, acesse www.portasabertas.org.br